quinta-feira, 12 de maio de 2011

Correção de comportamento





Estou tentando:

Ser mais objetiva e direta.
Fazer e ter coisas com a tal forma responsável.
Evitar o erro e a perda de tempo.
Ser útil.
Controlar o ego, os impulsos e as vontades.
Pensar positivo.
Discutir apenas quando é inadiável.

Tenho conseguido:

Ser tão clara quanto inflexível.
Coisas sem aquele "quê" de bobagem.
Acertos, estagnações e cansaço.
Ser dispensável.
Perder a espontâneidade.
Mascarar tudo de bom.
Recolher o que de meu é sensível.

Vou tentar:

Ter vontade de alegria e não de perfeição.



Texto: Caroline Mansano
Fotografia: Paloma Dias

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Descobertas



          

          Não há nada mais inseguro que a certeza de viver. Mas essa já é uma teoria que não posso comprovar, pois tenho lá minhas dúvidas, fraquezas e experiências que não me permitem usar uma bússola que aponte exatamente para a direção certa a se seguir. Bom, nada disso faz sentido também, porque quanto mais se luta para alcançar os sonhos e objetivos, mais sonhos e objetivos se têm, aliás, maiores são os obstáculos também. Ainda assim, sempre temos o humilde e até instigante desejo de saborear as novidades do mundo com a mesma expressão maravilhada com que uma criança descobre seu poder de tato!
                 A partir desse momento surgem as dúvidas, as renúncias, os combates internos. Afinal, a criança deixa de ser infantil e ingênua conforme suas descobertas tornam-se incessantes, viciantes, tranquilizadoras até. E quão maravilhoso é o momento do descobrimento. Adrenalina, sentimento de competência. O sangue parece querer saltar das veias, momento substancial. Momento seu. Invento. Sorriso tímido e incontido, olhos atentos. Coração descompassado, turbulento. Consequências das pequenas descobertas, das grandes descobertas. Descobrimento de uma música, de um defeito próprio, de um gosto antes irrelevante. A insegurança sempre está presente, mas o nível agora perto da linha do zero. É a descoberta de uma banda, do preço acessível daquele instrumento tão desejado, de uma língua estrangeira.
              Fraquezas são esquecidas, por um instante. Prevalecem os sentimentos isentos de desalento. Tudo por causa da descoberta de um novo caminho, uma direção, um rumo em que não estaremos sozinhos. Tudo por causa da descoberta de um novo amigo, ou da redescoberta de um velho amigo! As experiências vividas já não são suficientes, não completam as exigências do futuro, do agora. O céu cinzento se deixa levar pela dança das nuvens. É a descoberta do arco-íris, das fontes e trilhas secretas. O coração bate forte, é o melhor momento da canção e os olhos lentamente se fecham para melhor absorver a melodia, o sonho começa. É tarde e o sol começa a se pôr, é a descoberta de um sentimento rico, complexo e renovador. Sem nome, sem sobrenome, só sentimento. O campo todo decorado com árvores e pequenas flores coloridas, agora se perde na escuridão da noite iluminado pela beleza da lua cheia, os olhos se abrem, mas ainda se sonha. É o descobrimento de um mundo ilusionista, incompreensível e que não espera seu retorno, a queda foi sua. Levante, é a força da realidade.  



Texto: Ana Carolina Chin  (26/08/2010)
Fotografias: Felipe Santana Pereira

domingo, 26 de setembro de 2010

Essencialidades

Durante todo o dia são as pequenas coisas que mais me fazem falta. Sinto saudade do cheiro que fica depois da chuva, sinto saudade do tempo em que olhares falavam pelas palavras mal pronunciadas, tamanho era o nervosismo. Sinto falta do orvalho embelezando as manhãs de inverno. Sinto falta de gestos e gentilezas. Sonhos pequenos, realizáveis. Todo dia sinto a falta de um abraço de verdade, sem pretensões, cheio de um sentimento real, que existe e que seja recíproco. Sinto saudade de comer frutas. Saudades de me divertir de verdade, com pessoas de verdade, com sorrisos verdadeiros. Sinto falta de alguns familiares, aqueles que não pude ter, não pude conviver. Sinto saudades de soltar pipa, de pular tábua, de ser o exemplo na escola. Sinto saudades de quando era bem recebido, bem visto, bem acompanhado, e na presença de dificuldades era imediatamente interpretado, confortado.


Nos dias azuis com poucas nuvens, esses dias, embora muito inspiradores, sinto falta de uma inspiração, de um compartilhamento qualquer que seja, frases, risos ou silêncio para agradecer tamanha beleza natural. Nos dias chuvosos é a falta de um guarda chuva real minha grande tristeza, daqueles que resistem a qualquer tempestade, prontos para sofrer por mim a queda de granizos e me guardar de um futuro resfriado. Nesses dias é a falta de um chá quente com um bom filme minha maior falta, ou então um belo banho de chuva sem a preocupação com o depois, com os problemas, com as próximas responsabilidades. É justamente o esquecimento de todas minhas preocupações que sinto falta. Todos os dias tenho saudade de assistir o pôr-do-sol sentado em uma montanha ouvindo o silêncio confortante da despedida do sol. Sei que ele voltará, especialmente para mim, para me rever.

Sinto falta dos interesses sinceros e inocentes, das mensagens de bom dia ou de um bilhete surpresa guardado no meio das folhas de um livro. Nos dias frios, é a frieza dos corações que gostaria de ver longe, longe do meu caminho. É a minha estação e, contudo, não pareço estar satisfeito com esse cenário, é a falta de alguém, de um cachecol, de uma árvore sem folhas, da delicadeza de um rouxinol. Sinto falta do balanço amarrado num galho alto de uma árvore, daquelas em que se podia subir e ficar por horas a fio comendo os seus frutos. Nos dias difíceis sinto falta daquela companhia insubstituível que não fica perguntando sobre mim ou qual a causa da minha expressão triste e sonolenta. Nesses dias a maior falta é daquele ser indescritível que faz de tudo para alegrar o dia, com brincadeiras inimagináveis e ao mesmo tempo filosoficamente morais e animadoras. Tenho saudades das cartas, das escritas, da minha criatividade. Tenho sentido falta das mudanças construtivas, de casais menos dependentes, com vida própria, equilibrados.

Sinto falta da minha velha bicicleta pequena e rosa, sinto falta das minhas aventuras com ela. A maior parte do dia o que me faz falta é uma presença entre um milhão de ausências. E para tentar esquecer ou recompensar tamanha falta, é preciso culpar outros tipos de necessidade, falta involuntária. Sinto falta do tempo em que todas as roupas eram confortáveis e suficientes. Sinto falta de ouvir músicas com letras reais, inspiradoras, perceptivas. Aliás, uma das maiores faltas do meu dia-a-dia é encontrar um olhar atento, perceptivo como o meu. Não para grandes feitos, não para grandes qualidades. Mas um olhar atento para o que vem do pouco, do delicado, do menos, da boa intenção, do gesto original. Sinto falta de alguém que sinta essa falta. Sinto saudades de sentir meu coração acelerado por bons motivos, novidades de encanto, fortaleza negociável. Sinto falta de um bom sorvete com cinco sabores e camada dupla de chocolate, chantilly e amendoim.

Sinto saudades das respostas fáceis, das resoluções para os grandes questionamentos. Sinto falta de quando tinha vontade de escrever e escrevia, mesmo que fosse um rascunho ilegível e completamente fora de publicação. Tenho saudades de beber água gelada no meio da madrugada, de ler livros e mais livros. Sinto falta de quando as pessoas não sentem falta de nada, vivem como se a vida fosse uma passarela, acenam e na verdade estão vazios por dentro. Não mais se questionam, não mais se desafiam, não mais pesam suas atitudes, não se doam ao próximo, não medem suas construções ou quem ficou embaixo delas, para elas o importante é que estejam bem altas e firmes. Sinto falta de um colchão que não me faça acordar como se tivesse sido espancado durante toda noite. Sinto saudades de sentir coragem. Sinto saudades de fazer pessoas sorrirem, seja por um tropeço meu no chão, no ar, no pensamento ou por uma daquelas caretas espontâneas, marcas registradas. É essa minha maior falta, a espontaneidade! A minha, a dos outros, a do mundo inteiro. A verdade é que tenho sentido minha falta, sua falta, falta da minha fé. Tenho sentido falta daquela alma discreta, calma, reflexiva, leve, cooperativa. Se a encontrar, por gentileza me avise, irei correndo buscar! Pois, na imensidão desse lugar não há nada mais importante e que você vá sentir mais falta do que de você mesmo, de quem costumava ser, de quem você é, das coisas que te fazem crescer. Portanto, antes ainda de ver, assumir, conviver, evoluir e despertar preciso me achar. Assim que estiver pronto minhas faltas passarão a ser as suas também. Não há mais necessidade de caminhar sozinho, pois, o que mais sinto falta nessa vida é a elegância dos momentos particulares. É o convite para ser parte de outra vida.



Texto: Ana Carolina Chin 
Fotografias: Paloma Dias - Gessica Rocha

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ela

Ela sonhava em encontrar, esperava ser compreendida sem se explicar. Só queria deitar na grama e olhar para o céu. Contemplava agora o pôr- do- sol, estava triste.

Indagava-se sobre sua existência, mesmo sabendo que ficaria louca. Sim, ela era um agente; se descobriu, era o seu fim.
- Não sei, apenas sinto.
As flores que via, já não eram como antes, nem o batom vermelho.
-Não sei, apenas sinto - repetiu. Isso era forte.
-Por quê? Por quê?- se indagava.
Era mais forte que ela, não poderia evitar. Ou poderia? Não queria.
-Como era boba – pensava. Para que querer ver além do que não existe?
Nada era real, tudo não passava de ilusão, doce ilusão passageira. Em nada acreditava, mas se iludia, era o seu fim. Ela era um paradoxo, não podia se esconder atrás de seus grandes olhos.
Por que palavras a tocavam tanto?
Aquele cubista foi o vento. O vento que mudou a flor.

-Pare, pare com isso, não saber era a sua continuação. São essas borboletas que percorrem a sua mente. Isso a destrói, isso a liberta.


Texto: Gessica Rocha

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Lembranças

Ali, sentada num banco úmido ela se pergunta:
- será que foi um sonho? Será que estive dormindo durante todo esse tempo, e, agora, acordei?
Não
Não.
Não fora sonho
Ela queria acreditar que fora um sonho, mas eu sei que não foi.
As gotas de chuva em seu rosto não poderiam trazer lembranças de sonhos...
A lembrança de uma tarde e que guarda-chuvas foram ignorados e a mágica aconteceu sob a chuva.
Sim, foi real. Ela não sonhara.
E por mais que ela negasse a si mesma que tudo não passava de um sonho, no fundo ela também sabia - assim como eu - que fora real. Todas as suas lembranças.






Haverá um dia em que todas estas coisas serão apenas lembranças. Lembranças que misturaram-se a sonhos e que tornaram-se impossíveis de distinguir o sonho da lembrança.


Textos: Fran Canestraro
Fotografia: Renan Coelho

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O que é amar?


Amar é sorrir ao ouvir tolas palavras saídas dos lábios da pessoa amada.
É acreditar que só se é feliz ao lado dela, e mais nada.
É sentir o corpo quente mesmo quando uma nevasca congela o mundo lá fora.
É bradar que nunca ninguém se amou ou amar-se-á, o amor só existe agora.
Amar é sentir mil facas penetrarem o coração quando se está longe dela.
É poder fugir para onde quiser, mas se sentir preso em uma cela.
É sentir o coração palpitar e a respiração acelerar toda vez que eu ouço o seu nome.
É poder saciar-se com todo o pão, mas preferir sofrer com a fome.
Amar é saber que viveria por ela e não hesitaria em morrer por sua vida.
É recordar de versos de amor escritos em uma página jamais lida.
É desejar beijá-la mesmo quando se sabe que será repelido.
É imaginar como seria feliz ao seu lado, mesmo isso nunca tendo acontecido.

Mas estou só. Melhor dizendo, estou com muitas pessoas, mas o amor delas não pode se manisfestar de modo que possamos nos entender. Então prefiro aceitar a minha solidão: se procurar fugir dela neste momento, jamais tornarei a me encontrar. Se aceitá-la ao invés de ficar lutando contra ela talvez as coisas mudem. Vi que a solidão é mais forte quando tentamos confrontar com ela - mas torna-se mais fraca quando simplesmente a ignoramos.

Texto: Andressa Mendonça - 07/02/2009

A beleza calada


Pela manhã, um tanto quanto cansado e indisposto, ele levanta da cama. O café não é objeto de rotina, mas serve como uma forma de adiar suas tarefas e, consequentemente, o tempo. A leitura faz parte do cotidiano, se não antes, agora sim. Sente falta do silêncio, afinal desde que abre os olhos as vozes falam em sua mente, algumas autoritárias, exigentes; outras suaves e encorajadoras. Ele veste-se para mais um dia de incansável trabalho, quase sempre na calma da monotonia corre seu dia. No entanto, a maré mansa do cotidiano o faz se sentir, se não leve, ao menos centrado. A ideia de novo dia, nova oportunidade de contato com outros que não ele mesmo e suas vozes interiores, o faz sentir vivo, alegra-se, enfim. As poucas palavras trocadas no ambiente profissional são suficientes, nunca redundantes ou desperdiçadas.

Uma estagiária em especial chama sua atenção, justamente pelas atitudes não tendenciosas, pela descrição natural e visível, e pela beleza calada e uniforme; semelhante em todos os aspectos a ele próprio. Nunca conversaram, mas se comunicam e entendem-se muito bem diariamente. Sua insuportável, mas humilde insegurança impede uma possível aproximação. Os olhares trocados, propositalmente, manifestam real interesse da parte singela e feminina evidenciada no lado oposto da moeda. É o apogeu do seu sentimento de estar vivo.
A tarde chega e com ela sua volta para casa, sempre solitário, mas dialogando muito, com as vozes que insistem em dar opiniões sobre sua vida. Enquanto aguarda o transporte alcançar seu destino, mergulha nas páginas luminosas de livros, ou na ausência deles fixa o olhar para fora da janela, sua mente viaja pelo mundo e pelos seus desejos reprimidos por timidez dentro de si. Seu corpo assume o piloto automático. Em casa, finalmente, acaricia seu mais fiel companheiro, o qual também se comunica fluentemente bem e até recebe respostas muito carinhosas de seu singelo e semelhante parceiro de vida, o cachorro. Por ter se alimentado o suficiente durante o almoço, seu jantar não passa de pães, bolos ou cereais. Ele tira os sapatos, descansa por rápidos dez ou quinze minutos no sofá em frente à televisão, porém não presta atenção total nos telejornais. Levanta-se, vai até o quarto, muito bem organizado desde o momento em que acordou e o arrumou.

Gostava de ser perfeccionista, com tudo. Objetos, pessoas e atitudes estavam inclusas na lista da surreal perfeição tão sonhada. No banho desliga-se do mundo, do seu eu, das vozes. Antes de dormir a leitura reclama sua ausência, mesmo que de poucas horas. Junto aos romances pensa em seu futuro, não consegue. A mania da leitura pressupôs, desde muito cedo, o desejo inconsciente da escrita. Em sua mesa de trabalho procura por seus rascunhos, considera-se um escritor de gaveta, amador. Nunca teve coragem de publicar suas poucas obras, já que não escrevia com tanta frequência. Seus poemas e prosas, ao contrário dos livros que lia, já estavam acostumados; viviam das pausas do tal escrevinhador. Cansado e sonolento, o nobre rapaz deita-se na cama, mas não consegue dormir de imediato, as vozes ainda opinam. Sobre tudo, principalmente e mais especificamente sobre a tão admirável e semelhante estagiária, sabia seu nome mesmo que nunca o tivesse pronunciado. Ela e seu respectivo nome não saíam da sua cabeça. Quando percebe seu corpo remexer novamente já é dia, costuma acordar pouco tempo antes do despertador, uma das causas possíveis para tal acontecimento é seu instrumento mais usado, o perfeccionismo. As vozes voltam a falar, agora sobre seus deveres e atividades do mais novo dia que nasceu. Ele imagina se a estagiária também toma um café não rotineiro, mas logo se distrai, tem a certeza de que irá se comunicar com ela brevemente. Mais uma chance chegou de velha rotina mudar.


Texto: Ana Carolina Chin - 08/04/2010
Fotografia: Juliana de Oliveira

sexta-feira, 28 de maio de 2010

!iesneP

Hoje, em meio a uma das, agora constantes, crises existenciais ‘faculdade&eu’, pensei tanto, mas tanto. Pensei no porquê de estudar tantas coisas inúteis, pensei em tantos outros cursos mais interessantes, tantas coisas mais legais, pensei na alegria das pessoas que estudam sobre o belo, o encantador. Senti-me, mais uma vez, no curso errado, afinal eu só quero aprender a remover pedras e plantar flores mais coloridas mais vivas mais flores; pensei em outras faculdades, começar tudo de novo, aí, pensando em outras faculdades e em começar tudo de novo, pensei também em largar tudo e simplesmente viajar, jogar uma mochila nas costas e sair por aí.... sem destino, apenas com um propósito: conhecer mais um pedacinho do mundo. Ir pra Argentina falar espanhol e tirar algumas fotos, Passar no Chile e sentir a imponência e a beleza dos Andes, Tomar um café em alguma Praça de Cuzco, ir pro Uruguai, me deitar em uma praia, olhar a imensidão do céu e sentir ondas de águas cristalinas, pensar em como a vida é bela... e na próxima cidade, somente!Pensei mais seriamente em realmente fazer isso, e comecei a viajar nos meus pensamentos, nas cores desse mundo.
Pensei em largar tudo, de novo, e viver de arte... sair por aí fotografando tudo e todos, fotografar sentimentos, as coisas mais lindas, mais encantadoras, mais alma.
Cheguei em casa e escrevi tudo isso, mas agora me lembrei da prova de física, do projeto, ... e penso que minha crise está passando, o que me deixa um pouco triste, eu adoraria passar final de semana planejando minha viagem em busca do desconhecido, ansiosa com a minha Odisséia, mas, agora, me sinto a mais ignorantes (burrinha mesmo) dos seres, boiando nas exatas ao invés de estar boiando nas águas cristalinas de algum lugar mais interessante! Ainda não sei se por boair nas exatas ou por não estar boiando em outros lugares mais interessantes...



Um dia eu ainda junto todos esses pensamentos soltos e realmente saio por aí... sem rumo, sem medos, apenas seguindo meu coração, indo por onde tem mais sentimentos, mais alma, mais sorrisos.
:D



- a menina do blog.